A rede de proteção à
mulher em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, ganhou um importante
reforço com a instalação da Vara da Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher.
A nova unidade,
inaugurada na quarta-feira (30), vai processar e julgar os crimes definidos na
chamada Lei Maria da Penha. São exatos 4.986 processos que anteriormente
tramitavam nas 1ª e 2ª varas criminais da comarca.
Ao iniciar a atual gestão,
o tribunal contava com apenas duas varas de proteção à mulher, uma em Salvador
e outra em Feira de Santana. Somente este ano, foram inauguradas outra em
Salvador e mais três, em Conquista, Juazeiro e, agora, Camaçari.
A ampliação da estrutura
do Judiciário em relação ao combate à violência doméstica e familiar chega a
200%.
"Há uma necessidade
premente. Há um alto índice de violência doméstica na comarca. A população
cresceu e com ela o número de ocorrências", explica o juiz Wilson Gomes de
Souza Júnior, titular da 2ª. Vara Criminal de Camaçari. "A nova vara vai
proporcionar mais agilidade com a redução de índice de violência, que irá
reduzir a impunidade", completa.
A prefeitura vai
participar da implantação com a cessão de psicólogos e assistentes sociais.
"Mais de 30% dos
processos são relacionados à violência doméstica. Infelizmente a mulher ainda é
tratada como se fosse uma posse, uma propriedade. A sociedade tem que encarar o
problema com a importância devida. Precisa se engajar neste processo", disse
o presidente Eserval Rocha, durante a instalação da vara. "O Judiciário
vai continuar cumprindo seu dever".
Mudar a cultura
Camaçari já possuía uma promotoria e uma delegacia especializadas contra a violência da mulher, além de uma secretaria criada para esse fim específico.
Camaçari já possuía uma promotoria e uma delegacia especializadas contra a violência da mulher, além de uma secretaria criada para esse fim específico.
Além do presidente
Eserval Rocha, integraram a mesa do evento a desembargadora Nágila Maria Sales
Brito, a juíza Melissa Mayoral Lukine, a secretária de Política das Mulheres
Olivia Santana e o prefeito Ademar Delgado.
Também participaram da
solenidade a desembargadora Regina Helena Ramos Reis e o desembargador
Lidivaldo Reaiche Raimundo Britto.
"Equipamento que vem
ao encontro dos nossos desejos. Esse é um problema que vem da formação das
pessoas. É preciso mudar a cultura", disse a secretária Olivia Santana,
representando o governador Rui Costa.
A luta das mulheres é uma
luta de cada um de nós, precisamos nos irmanar para ter paz em casa",
disse a desembargadora Nagila Brito, responsável pela Coordenadoria Estadual da
Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJBA, citando a
campanha pela Paz em Casa, idealizada pela ministra do STF, Carmen Lúcia.
"Não gostaríamos de
instalar essas varas. A Lei Maria da Penha veio para conter essa violência que
às vezes está escondida dentro da casa", completou a magistrada.
Assessoria
de Comunicação Social Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
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