A Secretaria de
Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação
Regional (CAR), realiza no período de 24 a 26 de novembro, a Oficina do projeto
Bahia Pesca, sobre a Cadeia Produtiva da Pesca Artesanal e Aquicultura Familiar
dos Povos e Comunidades Tradicionais do Estado da Bahia, no Centro Vocacional
Tecnológico Territorial do Pescado da Bahia (CVTT), na comunidade de Acupe,
município de Santo Amaro da Purificação, Recôncavo baiano.
O evento, que contou com
cerca de 100 participantes e integra as ações do projeto Bahia Produtiva, teve
a presença do secretário de Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues, do
diretor presidente da CAR, Wilson Dias, do superintendente federal, no estado
da Bahia, do Ministério da Pesca e Aquicultura, Marcos Rocha, do presidente da
Bahia Pesca, Dernival Oliveira, do chefe de gabinete da Bahia Pesca, Marco
Cardoso, de representantes da Bahia Pesca, da Superintendência de Assistência
Técnica e Extensão Rural (Bahiater), do projeto Bahia Produtiva, da Secretaria
de Promoção da Igualdade (Sepromi), da Universidade Federal da Bahia (UFBA),
Instituto Federal da Bahia (IFBA), federações de pesca, representantes de
etnias indígenas, quilombolas, cooperativas, associações e movimentos de
pescadores de todo o estado da Bahia.
No encontro, foram
apresentados o projeto e a metodologia do Bahia Produtiva, relatos de
experiências de pesca artesanal e aquicultura, projetos de manejo,
beneficiamento e comercialização dos produtos pesqueiros, desafios e
potencialidades, exposições sobre a temática da pesca artesanal, aquicultura
familiar, desenvolvimento, sustentabilidade, organização produtiva e os
desafios para a atividade.
Entre as experiências
apresentadas estava a da Associação de Mulheres e Artesãs de Beneficiamento de
Pescado de Sobradinho (Amabeps/ Rede Mulher), de Sobradinho, que trabalham com
uma variedade de 39 produtos derivados da pesca artesanal. São produzidos, por
exemplo, seis tipos de linguiça, almôndegas, hambúrguer, carne de peixe moída,
além de trabalhar ainda o artesanato com o couro, espinhas e escamas da
tilápia, que geram cerca de 500 empregos, diretos e indiretos, a partir da
pesca artesanal.
Segundo a pescadora da
Rede Mulher, Maria Aparecida Mendes, são 60 mulheres associadas, que tiveram a
oportunidade de transformarem suas vidas. “A Rede Mulher possibilita a troca de
ideias, conhecimentos e experiências, a geração de renda e a autonomia para nós
mulheres, além de trazer o desenvolvimento humano e a aumento da autoestima”.
Outra experiência destacada
foi a da Cooperativa de Piscicultura de Porto Novo, no município de Santana
(COOPORSAN), que teve a atividade dinamizada pelo governo estadual, com a
aquisição de uma retroescavadeira, utilizada na construção de tanques
escavados, além da realização de seminários, doação de alevinos, que resultaram
em casos como o de um cooperado que transformou, no período dequatro anos, um
tanque escavado em 15 unidades.
Para o titular da SDR,
Jerônimo Rodrigues, a pesca artesanal e a aquicultura é uma atividade que
possui a capacidade da abertura de mercados e potencial de geração de renda
para essa população que sobrevive da pesca. “Estamos fazendo um esforço para
que aconteça, de forma democrática, a elaboração desses editais, do Bahia
Produtiva, que estão sendo construídos coletivamente, com aparceria de outros
órgãos e movimentos sociais. Nesse edital, que conta com a parceria da Bahia
Pesca, será investido um total R$ 20 milhões, que não resolverá tudo, mas
contribuirá para uma política de revitalização dessa atividade na Bahia”.
De acordo com o diretor
presidente da CAR, Wilson Dias, esse evento faz parte de um pacto feito com os
movimentos sociais para que haja um diálogo antes do lançamento dos editais do
projeto Bahia Produtiva. “A pesca é uma atividade importante e por isso a
piscicultura e aquicultura familiar foi incluída nesse projeto que conta com
investimentos do Banco Mundial. Antes do processo de seleção são realizados
encontros com as instituições que trabalham na atividade ou apoiam as cadeias,
como essa oficina, para que seja feito um diagnóstico que possibilite a
organização, dinamização e estímulo a essas cadeias produtivas”.
Durante o evento, os
participantes tiveram a oportunidade de realizar a troca de experiências e
debater sobre questões como produção, extração, qualidade do produto,
beneficiamento primário e secundário, processamento e conservação, inserção dos
produtos nos programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Alimentação Escolar
(PNAE), além de assistência técnica e extensão rural, infraestrutura, inovação,
pesquisa, ensino e gestão.
A oficina integra a
estratégia de preparação para o lançamento dos editais do projeto Bahia
Produtiva, executado pela CAR, com financiamento do Banco Mundial, e está
inserido no componente de inclusão produtiva e acesso ao mercado, que inclui
subprojetos orientados para o mercado, subprojetos socioambientais, manejo de
riscos agrícolas, infraestrutura logística para apoiar o acesso a mercados. O
Bahia Produtiva apoiará, nos próximos cinco anos, as cadeias produtivas
prioritárias da agricultura familiar em todo o estado da Bahia.
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