quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Pesca artesanal e aquicultura familiar são debatidas em encontro realizado em Santo Amaro

A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), realiza no período de 24 a 26 de novembro, a Oficina do projeto Bahia Pesca, sobre a Cadeia Produtiva da Pesca Artesanal e Aquicultura Familiar dos Povos e Comunidades Tradicionais do Estado da Bahia, no Centro Vocacional Tecnológico Territorial do Pescado da Bahia (CVTT), na comunidade de Acupe, município de Santo Amaro da Purificação, Recôncavo baiano.

O evento, que contou com cerca de 100 participantes e integra as ações do projeto Bahia Produtiva, teve a presença do secretário de Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues, do diretor presidente da CAR, Wilson Dias, do superintendente federal, no estado da Bahia, do Ministério da Pesca e Aquicultura, Marcos Rocha, do presidente da Bahia Pesca, Dernival Oliveira, do chefe de gabinete da Bahia Pesca, Marco Cardoso, de representantes da Bahia Pesca, da Superintendência de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), do projeto Bahia Produtiva, da Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto Federal da Bahia (IFBA), federações de pesca, representantes de etnias indígenas, quilombolas, cooperativas, associações e movimentos de pescadores de todo o estado da Bahia.
No encontro, foram apresentados o projeto e a metodologia do Bahia Produtiva, relatos de experiências de pesca artesanal e aquicultura, projetos de manejo, beneficiamento e comercialização dos produtos pesqueiros, desafios e potencialidades, exposições sobre a temática da pesca artesanal, aquicultura familiar, desenvolvimento, sustentabilidade, organização produtiva e os desafios para a atividade.
Entre as experiências apresentadas estava a da Associação de Mulheres e Artesãs de Beneficiamento de Pescado de Sobradinho (Amabeps/ Rede Mulher), de Sobradinho, que trabalham com uma variedade de 39 produtos derivados da pesca artesanal. São produzidos, por exemplo, seis tipos de linguiça, almôndegas, hambúrguer, carne de peixe moída, além de trabalhar ainda o artesanato com o couro, espinhas e escamas da tilápia, que geram cerca de 500 empregos, diretos e indiretos, a partir da pesca artesanal.
Segundo a pescadora da Rede Mulher, Maria Aparecida Mendes, são 60 mulheres associadas, que tiveram a oportunidade de transformarem suas vidas. “A Rede Mulher possibilita a troca de ideias, conhecimentos e experiências, a geração de renda e a autonomia para nós mulheres, além de trazer o desenvolvimento humano e a aumento da autoestima”.
Outra experiência destacada foi a da Cooperativa de Piscicultura de Porto Novo, no município de Santana (COOPORSAN), que teve a atividade dinamizada pelo governo estadual, com a aquisição de uma retroescavadeira, utilizada na construção de tanques escavados, além da realização de seminários, doação de alevinos, que resultaram em casos como o de um cooperado que transformou, no período dequatro anos, um tanque escavado em 15 unidades.
Para o titular da SDR, Jerônimo Rodrigues, a pesca artesanal e a aquicultura é uma atividade que possui a capacidade da abertura de mercados e potencial de geração de renda para essa população que sobrevive da pesca. “Estamos fazendo um esforço para que aconteça, de forma democrática, a elaboração desses editais, do Bahia Produtiva, que estão sendo construídos coletivamente, com aparceria de outros órgãos e movimentos sociais. Nesse edital, que conta com a parceria da Bahia Pesca, será investido um total R$ 20 milhões, que não resolverá tudo, mas contribuirá para uma política de revitalização dessa atividade na Bahia”.
De acordo com o diretor presidente da CAR, Wilson Dias, esse evento faz parte de um pacto feito com os movimentos sociais para que haja um diálogo antes do lançamento dos editais do projeto Bahia Produtiva. “A pesca é uma atividade importante e por isso a piscicultura e aquicultura familiar foi incluída nesse projeto que conta com investimentos do Banco Mundial. Antes do processo de seleção são realizados encontros com as instituições que trabalham na atividade ou apoiam as cadeias, como essa oficina, para que seja feito um diagnóstico que possibilite a organização, dinamização e estímulo a essas cadeias produtivas”.
Durante o evento, os participantes tiveram a oportunidade de realizar a troca de experiências e debater sobre questões como produção, extração, qualidade do produto, beneficiamento primário e secundário, processamento e conservação, inserção dos produtos nos programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Alimentação Escolar (PNAE), além de assistência técnica e extensão rural, infraestrutura, inovação, pesquisa, ensino e gestão.
A oficina integra a estratégia de preparação para o lançamento dos editais do projeto Bahia Produtiva, executado pela CAR, com financiamento do Banco Mundial, e está inserido no componente de inclusão produtiva e acesso ao mercado, que inclui subprojetos orientados para o mercado, subprojetos socioambientais, manejo de riscos agrícolas, infraestrutura logística para apoiar o acesso a mercados. O Bahia Produtiva apoiará, nos próximos cinco anos, as cadeias produtivas prioritárias da agricultura familiar em todo o estado da Bahia.




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