Sistema
empregado na planta de beneficiamento é capaz de recuperar aproximadamente 97%
da água de processo
NORDESTINA,
BAHIA – A
Mina Braúna, propriedade da Lipari Mineração em Nordestina/BA, será a primeira
mina de diamantes da América do Sul desenvolvida em depósito kimberlítico, a
fonte primária do diamante. O empreendimento também será a primeira mina de
diamantes a implementar tecnologia para disposição de rejeito com baixa umidade
em pilha, eliminando assim a necessidade de dispor o material em uma barragem
de rejeitos.
Para tanto, a empresa instalou um sistema de
recuperação de água em sua planta de beneficiamento – que tem capacidade de
processar 100 t/h de kimberlito –, capaz de recuperar aproximadamente 97% da
água de processo, permitindo a recirculação da água na planta e reduzindo a
necessidade de captação de água nova, cuja fonte é o rio Itapicuru. O rejeito
gerado durante o processo de recuperação de água, constituído exclusivamente de
minerais finos de kimberlito britado, será agregado ao rejeito de maior
granulometria e então transportado para a pilha de estéril situada próxima à
cava da mina.
“Nós investimos nesta tecnologia porque é
benéfica ao meio ambiente e respeita as características da região onde o
empreendimento está inserido. Importamos um equipamento da Alemanha que nos
permite recuperar mais de 97% da água usada no processamento do minério
kimberlítico, reduzindo consideravelmente a captação de água necessária à
operação”, afirma o presidente da Lipari Mineração, Ken Johnson.
O executivo explica como se dá o processo: “A
recuperação da água do rejeito fino da planta nos permite produzir um rejeito
com baixa umidade, o que significa que não precisamos dispor a lama, fração
fina do kimberlito, em uma barragem de rejeitos. Essa tecnologia é
revolucionária no tratamento de rejeitos de mineração e muito mais amigável ao
meio ambiente em relação às tradicionais barragens de rejeitos”.
Sobre o empreendimento
A Mina de Diamantes Braúna está em fase final de
construção e o comissionamento da planta de beneficiamento terá início em
janeiro próximo. A mina irá processar mais de 720.000 toneladas de kimberlito
por ano, nos 8 anos iniciais de operação como mina a céu aberto. A expectativa
é que o empreendimento traga um impacto significativo na produção de diamantes
no Brasil, aumentando a produção anual do país para mais de 300.000 quilates em
relação ao nível de produção atual, de 50.000 quilates.
Ariluz Fernandes
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