O Tribunal de Justiça da
Bahia está buscando outro viés no estabelecimento das relações entre pessoas,
especialmente casais e parentes nos processos de separação em tramitação no
fórum.
Esta semana, a 1ª Vara de
Família de Salvador utiliza a mediação nas audiências pautadas para o Mês
Estadual da Conciliação, que começou com o Mutirão Acordo Legal, no último dia
3.
A maioria das pessoas que
compareceram nesta segunda-feira (16) às audiências presididas pela juíza
Patrícia Cerqueira Kertzman Szporer, ouviu mediadores ou conversou com
psicólogos na Mesa de Mediação. “O mediador, ao contrário do conciliador, não
emite parecer jurídico, mas estabelece as relações”, explicou a magistrada.
“A mediação aplicada pela
1ª Vara de Família é algo pioneiro e deve ser estendida a todo o Poder
Judiciário”, disse a advogada Lorena Cristina Carmo dos Santos, no final de uma
audiência.
Na opinião da advogada
Maria das Graças Queiroz de Sá, também presente à audiência, mais que o aspecto
jurídico tratado na conciliação, “a mediação busca o direito humano, o
fortalecimento das relações”.
As partes não chegaram a
um acordo quanto ao fim no pagamento de alimentos.
Para a advogada Lorena Cristina
Carmo, porém, mesmo com o adiamento da decisão, a melhoria da relação, advinda
com a mediação, vai facilitar na próxima audiência.
A aplicação da mediação
nas conciliações foi autorizada pela Resolução 9, de abril de 2009, o que levou
a juíza da 1ª Vara de Família e elaborar um projeto de mediação.
A equipe montada reúne
estudantes de direito, psicólogos e assistente social, devidamente treinados
para atuar na conciliação, com a finalidade de atender bem as partes e dar
andamento aos processos.
Os 360 processos pautados
na unidade estão distribuídos em cerca de 30 audiências diárias, realizadas
concomitantes em duas salas, e em uma sala de apoio, onde atuam os mediadores,
e a mesa de mediação.
Na mesa de mediação, com
a presença das psicólogas Valnice Conceição e Aline Carvalho, as partes podem
abordas seus problemas antes da audiência de conciliação, o que tem aumentado o
número de acordos, segundo a juíza Patrícia Cerqueira Kertzman Szporer.
Para reforçar o otimismo
da magistrada, uma das partes, Rubens Sampaio da Salva, que conversou com as
psicólogas, elogiou o trabalho da 1ª Vara de Família com a mediação. “Depois da
conversa, deixei de pensar só em mim, mas no melhor para os filhos”, disse.
“A proposta da mediação é
focar a relação social, buscar o ser humano, antes mesmo do seu direito
material, de modo a restabelecer o ambiente familiar correlato”, disse a juíza
Patrícia Cerqueira.
Assessoria de Comunicação Social Tribunal de
Justiça do Estado da Bahia
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