Em sua decisão, o ministro solicitou
ainda que a União disponibilize dados que justifiquem a concentração de cortes
de benefícios do programa na região nordeste, bem como dispense aos inscritos
nos Estados autores da ação tratamento isonômico em relação aos beneficiários
dos demais entes da Federação.
Marco Aurélio Mello entendeu que
os dados sinalizam plausível a tese jurídica defendida pelos estados e o
dano de risco irreparável a ensejar desequilíbrio social e financeiro, especialmente
considerada a pandemia que assola o País. “A coisa pública é inconfundível com
a privada, a particular. A coisa pública é de interesse geral. Deve merecer
tratamento uniforme, sem preferências individuais. É o que se impõe aos
dirigentes. A forma de proceder há de ser única, isenta de paixões,
especialmente de natureza político-governamental”, afirmou o ministro.
Dados
No último mês de janeiro, o Governo
Federal destinou apenas 3% dos novos benefícios do Bolsa Família ao Nordeste,
região que concentra 36,8% das famílias em situação de pobreza ou extrema
pobreza. Já as regiões Sul e Sudeste receberam 75% das novas concessões do
programa. O somatório das novas concessões realizadas para todos os estados do
nordeste é de apenas 3.035 famílias. Desse total, a Bahia foi contemplada com
apenas 1.123 novas concessões e 59.484 famílias tiveram seus benefícios
cancelados, de janeiro 2019 a janeiro 2020.
Em todo o Brasil a redução de benefícios
do Bolsa Família, de maio a dezembro de 2019, chega a 1.111.043 famílias. Na
região Nordeste, onde estão cerca de 50% dos vinculados ao programa, 428.565
pessoas deixaram de receber o benefício, o que corresponde a uma redução de 6%.
Secom - Secretaria de
Comunicação Social - Governo da Bahia
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