A rebelião no Conjunto Penal de Serrinha
acabou no fim da tarde desta sexta-feira, 21, após a invasão do presídio e
controle dos presos pelo Batalhão de Polícia de Choque. O balanço oficial da
rebelião é de uma pessoa morta e três feridos.
Os feridos identificados como Carlos
Peixoto dos Santos, 31 anos, e Jackson Ribeiro da Silva, 28, foram encaminhados
para o Hospital Municipal de Serrinha. O nome das vítimas não foram informados
porque a perícia e o levanto cadavérico ainda não foram realizados.
Na penitenciária, que é de segurança
máxima, havia 125 presos que estavam rebelados desde às 14h de quinta-feira,
20. Antes da invasão do Batalhão de Choque, uma pessoa já havia sido morta
pelos presos. Vivaldo Evangelista dos Santos, natural de Cícero Dantas, foi
enforcado com uma corda feita de lençóis. Outros dois presos estavam sendo
mantidos reféns no primeiro andar do Pavilhão C, também com cordas feitas de
lençóis amarradas no pescoço.
O pavilhão C ficou totalmente destruído.
Com isso, os 121 detentos que permanecem na penitenciária serão divididos entre
os batalhões A e B.
Segundo o major Julio César Ferreira,
será aberta uma sindicância pela superintendência do conjunto penal, paralela à
investigação da Polícia Civil, para descobrir quem são, de fato, os líderes do
movimento.
Inicialmente, Edvaldo Castro do
Nascimento, conhecido como "Belo", de Serrinha, e indicado
como líder da rebelião, ficará em uma cela separada dos outros presos, a
chamada "seguro", informou o diretor do Conjunto Penal de Serrinha,
major César Bonfim.
A rebelião - O movimento dos detentos é
chamado por eles de "Comando do Belo" em referência a Edvaldo Castro
do Nascimento, apontado como líder da rebelião. Ele está preso há quatro anos
no local cumprindo pena de 22 anos por latrocínio.
Os rebelados pediam transferência para
outras unidades, a permissão para entrada de alimentos enviados por familiares
e que as visitas sejam feitas nos pavilhões do Complexo. Atualmente, acontecem
em uma área reservada para visitas, que conta com seis quartos para encontros
íntimos.
O major César Bonfim disse que os presos
destruíram as câmeras e fecharam os portões do complexo com colchões. Segundo
ele, além de Edvaldo foram identificados outros oito internos que estariam
comandando a rebelião. Caso a participação deles seja confirmada, eles vão
responder por dano ao patrimônio, cárcere privado, tortura, além de homicídio e
lesão corporal.
A negociação era comandada pelo major
Júlio Ferreira, que representa a Superintendência de Gestão Prisional ligada a
Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), além do
tenente-coronel Vítor do 16ª BPM, do coronel Fonseca do Pelotão de Choque e do
major Marcos Aurélio.
A juíza da Vara Crime, Maria Angélica
Carneiro, a promotora Núbia Rolim dos Santos, a defensora Elaine Moura Pimentel
e os delegados de Serrinha, Daniel Tuy, e de Araci, Ana Carina Guerra,
acompanharam as negociações do lado de fora do presídio.
O Complexo conta com 460 presos, sendo
que a capacidade é para 476 internos.
Fonte: P.C.S
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