sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Barrocas: Mistério sobre o aquecimento em piso da Lan House foi desvendado


Tudo começou na noite do dia 12 (domingo), quando o adolescente Oslan de Queiroz Ferreira, 15 anos passava para uma das salas, onde estão os computadores e ao atravessar a porta percebeu um aquecimento estranho vindo do solo. “Eu tirei a sandália e pisei no chão e sentir que o piso estava quente, dai chamei o proprietário Rubenilson e mostrei a ele que também ficou perplexo com aquilo”, relatou o estudante.
Logo a notícia se espalhou e várias pessoas foram ver, de perto, o que estava acontecendo. Cada visitante tinha uma teoria, um palpite. Havia aqueles que achavam ser gás proveniente de decomposição de lixo, outros diziam ser águas termais ou até petróleo. Já os técnicos preferiram apostar que o aquecimento provinha de eletricidade.
O mistério atraiu não apenas os munícipes, mas também a imprensa da Bahia. A TV Itapoan afiliada a TV Record foi a primeira a visitar a cidade, logo na terça-feira, e retornou no dia seguinte.
O proprietário do estabelecimento solicitou a COELBA uma visita ao local. Na visita, os técnicos não identificaram problemas na rede elétrica. Como a situação continuava e até piorava, houve um contato com os geólogos da MFB que desta vez confirmaram que viriam à cidade e, assim, fariam uma análise para saber se o local poderia ser aberto.
A emissora da TV Band esteve na cidade pela manhã desta quinta (16) e, além de populares, entrevistou um Engenheiro Ambiental que a pedido da Prefeitura Municipal foi à Lan House. O Engenheiro levantou algumas hipóteses. Segundo ele, poderia ser relacionado à energia ou gás metano, e ainda possibilidades remotas de serem águas termais.
Por volta das 15h30min, a equipe de Geologia da Mineração Fazenda Brasileiro (MFB), com quatro profissionais, chegou à Barrocas e iniciaram vários testes feitos antes do início da perfuração. Dois pedreiros começaram a quebrar o piso com muito cuidado, pois se fosse gás, segundo os Geólogos, qualquer faísca poderia causar uma explosão.
Conforme a escavação se aprofundava a temperatura aumentava, e a terra que saiu do local, de tão quente não dava para segurar. Algumas pedras também tinham temperatura elevada. Um fio surge e alguns testes foram feitos, mesmo com a energia ligada eles não continham carga.
Chegou-se a descartar a hipótese de descarga elétrica, e amostras do solo começaram a ser recolhidas pelos geólogos. Do profundo buraco saia um vapor muito quente. O eletricista Hugo chegou a afirmar que não teria como ser uma descarga elétrica. Em certo momento resolveu-se aumentar o diâmetro do buraco, e o proprietário foi consultado e autorizou a escavação, pois queria que o mistério chegasse ao fim e todos voltassem às suas atividades.
Com a ampliação do buraco encontrou-se uma haste de fio terra abaixo do segundo piso do prédio e assim outra vez se cogitou a ligação com energia elétrica. A rede que estava desligada foi religada e se confirmou que o calor emergia da haste que, de alguma forma, vinha recebendo descarga.
Muitos moradores que acompanharam o trabalho realizado na descoberta do aquecimento ficaram “decepcionados”, pois sonhava com a transformação da cidade num pólo turístico como o município de Caldas do Jorró (tucano), por suspeitarem que a temperatura tivesse relação com águas termais.

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