O prefeito da cidade baiana de Valença,
Ramiro Campelo de Queiroz, deixou a cidade no início da noite de quinta-feira
(24), depois de um protesto popular contra a violência na cidade. A medida foi
uma recomendação da polícia do município, para garantir a segurança e a
integridade física do prefeito.
“Fui escoltado até o ferry boat, de onde
segui para Salvador, por orientação da polícia. Minha casa é muito simples, sem
muros, e fica muito exposta. Minha família ficaria suscetível”, afirma.
O prefeito não nega a preocupação com a
onda de violência na cidade. Com pouco mais de 88 mil habitantes, a cidade está
entre os três municípios do interior baiano com o maior índice de violência,
segundo Queiroz. “Temos enfrentado aqui muitos assaltos a mão armada, e alguns
acabam em morte. Já estamos trabalhando para melhorar isso, e há um projeto
para a urbanização da periferia. Porque com a péssima pavimentação, a ação
policial fica mais difícil e as áreas se transformam em grandes esconderijos
para os criminosos”, diz.
O protesto popular começou na tarde de
quinta-feira. Segundo a polícia, moradores estariam insatisfeiros com o alto
índice de violência na cidade e com a demora na liberação do corpo de um jovem
vítima de latrocínio. Durante a manifestação, moradores depredaram a Câmara de
Vereadores, a Prefeitura e pelo menos 12 estabelecimentos comerciais da cidade.
“A população estava protestando em
frente à Câmara dos Vereadores, queimando pneus, e eles pediam mais segurança,
além da contratação de um legista. Só que em um momento de euforia eles
começaram a depredar a Câmara e estabelecimentos comerciais. Municípios
vizinhos tiveram que mandar reforços para conter a manifestação”, diz o
prefeito, que deve voltar a Valença ainda nesta sexta-feira (25).
Nesta manhã, segundo Queiroz, a situação
é mais tranqüila na cidade. “Vou aproveitar minha vinda a Salvador para me
reunir com o governador. Vou relatar o que aconteceu ontem e solicitar apoio no
combate à violência. É uma cidade turística e a situação da violência está fora
de controle”.
Fonte: G1
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