Auditores do Tribunal
de Contas dos Municípios da Bahia, juntos com auditores do Tribunal de Contas
da União e do Tribunal de Contas do Estado, vão participar do Projeto Integrar,
que tem por objetivo intensificar a fiscalização para melhorar os resultados
dos investimentos dos órgãos municipais, estaduais e da União na área de
educação. O programa será desenvolvido ao longo deste ano e, além de evitar
desperdícios, desvios e má aplicação dos recursos da educação, busca também
identificar e permitir a troca de boas práticas educacionais e o aprimoramento
do planejamento e da atuação do controle externo para a seleção de auditorias
com base em risco.
O projeto-piloto para a
atuação em conjunto dos órgãos de controle externo está sendo elaborado por
técnicos do TCU, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) e de nove tribunais de contas estaduais e municipais de todo o
Brasil. O encontro que definiu as ferramentas e os objetivos do projeto foi
realizado no final de dezembro, em Brasília, e foi presidido pelo ministro
Augusto Nardes, do TCU, com a presença da representante da OCDE no Brasil, Ina
de Haan.
O ministro Nardes
afirmou que o projeto irá reforçar a integração entre os tribunais de contas,
“que teve início em 2013 com a assinatura de um acordo de cooperação entre o
TCU e vários TCs. Nós passamos a fazer auditorias coordenadas, que viraram
modelo para toda a América Latina. Na educação, acreditamos que esse trabalho
multinível pode fazer a diferença e trazer a transformação que o Brasil
necessita”.
Já a representante da
OCDE, Ina de Haan, explicou que a iniciativa é inédita no mundo e deve
facilitar, por meio do uso de uma plataforma comum, a fiscalização dos recursos
da educação. “Há muita dificuldade em rastrear os recursos destinados à
educação não só no Brasil, mas no mundo. Isso se dá principalmente porque o
planejamento das políticas é centralizado, mas a implementação dessas políticas
acontece na ponta, em nível municipal”.
Esse modelo vai começar
a ser aplicado, em fase piloto, no início de 2020, e deve monitorar, nos
estados que integram o projeto, os indicadores educacionais relacionados às
metas do Plano Nacional de Educação (PNE).
Os tribunais de contas
envolvidos na fase do projeto-piloto são: TCM-BA, TCE-BA, TCE-AC,TCE-CE,
TCE-MG, TCE-PB, TCE-PR, TCE-RO e TCE-RS . De acordo com Cezar Miola,
conselheiro do TCE-RS e presidente do Comitê Técnico da Educação do Instituto
Rui Barbosa (IRB), o próximo passo é convidar os demais tribunais de contas do
país a fazerem parte do projeto. Eles serão integrados ao projeto na medida da
consolidação da metodologia.
As discussões contaram
com a contribuição de representantes da Escola Nacional de Administração
Pública (Enap), da Casa Civil da Presidência da República, do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e da
Organização Não Governamental (ONG) “Todos pela Educação”. A Associação
dos Membros dos Tribunais de Contas (Atricon) e o IRB apoiam a interlocução
entre os parceiros e cooperam na sua implementação. A intenção é que o Projeto
Integrar seja ampliado, posteriormente, para a saúde e a segurança pública.
O conselheiro
substituto do TCM-BA, Antônio Emanuel ressaltou que o órgão já intensificou o
processo de fiscalização dos investimentos municipais especialmente nas áreas
de educação e saúde, que este ano merecera ainda mais atenção da corte de
contas dos municípios. Ele elogiou a iniciativa do TCU e da OCDE, e lembrou que
a direção-geral do TCM pretende enfatizar e priorizar a fiscalização e as
auditorias nestas áreas, para, desta forma, contribuir para a melhorar
prestação de serviço dos municípios aos seus habitantes.
Ressaltou que o TCM,
junto com o TCE da Bahia vem desenvolvendo o programa “Educação é da Nossa
Conta”, que visa identificar iniciativas de sucesso do ponto de vista
educacional e mesmo de gestões escolares utilizadas em alguns municípios que
podem ser replicadas, de modo a melhorar a qualidade da educação em nosso
estado. O programa é coordenado no TCM pelo conselheiro substituto Alex
Aleluia, e no TCE pela conselheira Carolina Matos Alves Costa.
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