Em todo o Brasil, apenas
três estados, entre eles a Bahia, possuem a tecnologia do Ibis Trax 3 D,
equipamento fabricado no Canadá que analisa as imagens de munição utilizada em
crimes e organiza as informações em banco de dados. Isso torna possível
descobrir se uma arma usada na prática de algum crime foi utilizada em outras
ocorrências.
Com três equipamentos
funcionando desde 2007, outros três foram adquiridos e estão sendo instalados
na Coordenação de Balística Forense, do Departamento de Polícia Técnica (DPT)
da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP).
A munição de vários calibres e armas, como escopetas, metralhadoras, revólveres 38 e .40 é examinada pelos peritos, que fazem a imagem em 3D de cada uma delas.
A munição de vários calibres e armas, como escopetas, metralhadoras, revólveres 38 e .40 é examinada pelos peritos, que fazem a imagem em 3D de cada uma delas.
Toda arma deixa uma
espécie de ‘impressão digital’ na munição - é aí que entra o uso do Ibis.
Segundo a perita Margareth Tristão, da Coordenação de Balística Forense, “um
delegado encaminha uma arma ou munição e o Ibis correlaciona outros casos
ocorridos com a mesma arma e registrados no banco de dados. O Ibis já fez mais
de 1,2 mil correlações. A mais famosa é a da chacina de Mussurunga, em
Salvador, em que a arma foi relacionada a outras dez vítimas por meio do
equipamento”.
Inquéritos policiais e processos judiciais
As provas geradas pelo
Ibis instruem inquéritos policiais, os quais, posteriormente, são utilizados
como base para que o Ministério Público ingresse com ações penais no Poder
Judiciário. Promotores e procuradores do Ministério Público do Estado
participaram, nesta sexta-feira (17), de um workshop, promovido em parceria com
o DPT, e puderam conhecer melhor o funcionamento do órgão e do
equipamento.
A aplicação de
tecnologias na produção de provas oferece mais segurança para que promotores e
magistrados possam realizar o seu trabalho, de acordo com o coordenador de
Crimes Cibernéticos do Ministério Público da Bahia, Fabrício Rabelo Patury.
Ele afirma que
antigamente as perícias de paternidade, por exemplo, eram feitas por RH
sanguíneo e outras técnicas que não proporcionavam resultado conclusivo. “A
partir do momento em que se conseguiu chegar ao gene, o DNA, alcançou-se 99,9%
de probabilidade, o que praticamente eliminou a prova testemunhal,
proporcionando sentenças muito mais rápidas e justas”.
De acordo com Patury, “os
equipamentos adquiridos estão chegando a este nível no DPT. Nós vamos ter
provas periciais técnicas confiáveis, que vão dar ao Judiciário e a todos os
atores da persecução penal a tranquilidade para se chegar a uma decisão
final”.
Fotos: Raul Golinelli/GOVBA Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia
Fotos: Raul Golinelli/GOVBA Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo da Bahia
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