Prefeitura de Barrocas não apresenta contraproposta e Caixa suspende verba para frigorífico

O matadouro-frigorífico que está sendo construído em Barrocas deveria entrar em funcionamento no final do ano passado. Deveria. Mas não está. O atraso na sua conclusão está relacionado à não apresentação da contraproposta orçamentária do município aos investimentos que estão sendo feitos pelo governo federal – que neste caso é obrigatória.

O valor do convênio firmado entre a Prefeitura de Barrocas e o Ministério da Agricultura foi de R$ 2.536.873, por meio do PRNAT, e que tem como financiadora a Caixa Econômica Federal. Metade deste valor seria investida na parte civil e a outra na aquisição de máquinas, equipamentos e veículos.

A verba, que é emenda do deputado federal ACM Neto – e conseguida há alguns anos, está bloqueada na Caixa, a espera da apresentação da contraproposta da Prefeitura. Diz um atento observador do dia-a-dia do município: simplesmente não existe este dinheiro em caixa.

De acordo com a JR Empreendimentos Ltda, empresa responsável pela construção, cerca de 85% da obra já foi concluída. O problema é que, como a Prefeitura não fez a parte dela – que seria cumprir o que determina o convênio, o andamento da construção desandou. A construtora até o momento recebeu apenas R$ 180 mil, de um total de aproximadamente R$ 800 mil a que tem direito.

Resultado é que, por motivos óbvios, houve uma drástica redução no número de operários. Poucos continuam trabalhando. Como não recebe a empresa não tem caixa para honrar seus compromissos com funcionários. São chefes de família que deixaram de ganhar o pão – para eles, mulher filhos - devido a irresponsabilidade administrativa.

O atraso na conclusão do equipamento significa prejuízo para Barrocas. Tanto para administração pública como para os cidadãos e produtores rurais. Primeiro porque deixa de gerar vários postos de emprego – diretos e indiretos. Segundo porque o município não arrecada taxas e impostos. Terceiro porque os pequenos produtores perdem dinheiro porque os seus produtos não agregam valor, quando do momento da venda.

O moderno frigorífico vai colocar Barrocas em posição de destaque em toda região, no tocante ao abate de animais, que lá vai obedecer todas as técnicas e respeitar as normas sanitárias e higiênicas.  Terá capacidade para abater 150 bovinos e 300 caprinos e ovinos, por dia. Vai atender a demanda dos 21 municípios que compõem o Território do Sisal. Todos os animais destas cidades serão abatidos em Barrocas.

A JR Empreendimentos Ltda ainda aguarda a correção do solo, por meio de aterramento, que deveria ser feito no local por outra empresa que venceu o certame licitatório para este fim. Apenas com o nivelamento caminhões poderão estacionar corretamente nos pontos de embarque e desembarque de produtos e mercadorias.

A subestação para o equipamento já está pronta há mais de um ano. Entretanto, a Coelba não à conectou à rede principal. Desconfia-se que exista algumas pendências por parte da prefeitura para com a concessionária do setor de energia elétrica na Bahia.

O mestre de obras José Romildo, mais conhecido como Lió, disse que poucos homens estão trabalhando no frigorífico, mas se os pagamentos à empresa estivessem sendo feitos, a quantidade de homens na obra seria maior. “Estes profissionais estariam aqui, recebendo seus salários para sustentar suas famílias”.

O JORNAL OPINIAO tentou contato telefônico com os setores específicos da Prefeitura de Barrocas, mas não conseguiu.