Subiu
para 13 o número de mortos no massacre da manhã desta quinta-feira (7) na
escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro.
A informação foi confirmada às 20h15 pela Secretaria de Saúde do Estado,
segundo a qual um adolescente de 13 anos, internado no hospital estadual Adão
Pereira Nunes, teve morte encefálica pouco depois das 19h. Com essa morte, são
10 meninas e dois meninos mortos pelo atirador Wellington Oliveira, de 23 anos.
Tiroteio
em escola no Rio de Janeiro
Conforme
a relação da secretaria, são 12 os feridos na tragédia. Um adolescente de 14
anos foi internado no hospital estadual Alberto Torres com uma lesão vascular
grave no ombro direito e passa por uma cirurgia.
Ainda
no Adão Pereira Nunes, estão internados um adolescente de 13 anos, baleado no
olho direito, já operado, e uma de 14, atingida no abdômen e coluna. Ela foi
operada no hospital estadual Albert Schweitzer e transferida.
No
Albert Schweitzer, seguem internados um adolescente de 13 anos, com fratura de
antebraço e quadro estável, e um de 14 anos, baleado no abdômen e mão e em
estado grave. Outros dois adolescentes de 13 anos, uma menina e um
menino, baleados no addômen, estão estáveis.
No
Instituto Estadual de Traumatologia e Ortopedia, há dois internados com quadro
estável: um adolescente de 13 anos, baleado no braço, e uma também de 13,
baleada nas mãos.
No
hospital universitário Pedro Ernesto, também com quadro estável, está um garoto
de 13 anos, baleado na perna e no braço, consciente. No hospital da Polícia
Militar, um adolescente de 14 anos baleado na cabeça, mão e clavícula foi
operado e passa bem.
IML
e sepultamentos
Os
corpos das vítimas do massacre estão sendo identificados e liberados pelo
Instituto Médico Legal (IML), no centro do Rio. Três sepultamentos já estão
confirmados para esta sexta-feira (8): dois às 11h, no cemitério Murundu, em
Padre Miguel, e um às 16h, no de Ricardo de Albuquerque, ambos na zona oeste.
Segundo
o diretor de Polícia Técnica Científica do Estado, Sérgio da Costa Henrique, o
processo de identificação demorou três horas. Três famílias já autorizaram a
doação de todos os órgãos das vítimas.
O
diretor acrescentou que toda a equipe do IML foi reforçada para agilizar os
trabalhos: foram 32 agentes legistas e de necropsia trabalhando. A maioria dos
disparos feitos pelo atirador atingiu o tórax e a cabeça das vítimas, de acordo
com Henrique. Ele afirmou também que foram efetuados tiros à queima-roupa.
O
crime
O
atirador disparou várias vezes contra os alunos de uma sala de aula de oitava
série, com 40 alunos, no primeiro andar. Mais de 400 jovens estudam no local,
em 14 turmas do 4º ao 9º ano. Segundo as últimas informações da Secretaria
Estadual de Saúde, há 13 feridos, sendo dez meninas e três meninos --quatro
estão em estado grave. Eles estão sendo atendidos em seis hospitais.
O
atirador deixou uma carta,
na qual orienta seu enterro e pede que doem sua casa para entidades que cuidam
de animais.
Durante
o tiroteio, houve muita gritaria e os professores trancaram as portas das salas
para proteger os alunos.
O
atirador estaria usando uma roupa que imitava fardamento militar e entrou na
escola com duas pistolas e muita munição. Wellington entrou na escola dizendo
que iria fazer uma palestra em comemoração aos 40 anos da unidade. Lá dentro,
chegou a ser reconhecido por uma professora.
A
irmã adotiva do atirador disse em entrevista à rádio Band News, que o atirador
estava "muito ligado" ao Islamismo, não saía de casa e ficava o tempo
inteiro no computador.
O
ministro da Educação, Fernando Haddad, disse
que o episódio é uma “tragédia sem precedentes” e que este é um “dia
de luto” para a educação brasileira. "Poderia ter sido maior".
O
governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse que o massacre
poderia ter sido maior, se um terceiro sargento da Polícia Militar não tivesse
interferido. Segundo o governador, o sargento Alves, que cumpria uma operação
na região, foi avisado por dois estudantes feridos que fugiram da escola no
momento do massacre.
“Ele
estava participando de uma operação a dois quarterões da escola e foi avisado
por dois meninos que fugiram”, disse. Cabral afirmou que o sargento atingiu o
atirador na perna quando ele estava no terceiro andar, quando ele já havia
atirando contra os alunos e se preparava para atacar mais crianças. “Sem dúvida
nenhuma a atuação dele [o sargento] foi fundamental. Ele já estava preparado
para mais disparos."
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