quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sobe para 13 o número de mortos em massacre no Realengo (RJ)


Subiu para 13 o número de mortos no massacre da manhã desta quinta-feira (7) na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada às 20h15 pela Secretaria de Saúde do Estado, segundo a qual um adolescente de 13 anos, internado no hospital estadual Adão Pereira Nunes, teve morte encefálica pouco depois das 19h. Com essa morte, são 10 meninas e dois meninos mortos pelo atirador Wellington Oliveira, de 23 anos.
Tiroteio em escola no Rio de Janeiro
Conforme a relação da secretaria, são 12 os feridos na tragédia. Um adolescente de 14 anos foi internado no hospital estadual Alberto Torres com uma lesão vascular grave no ombro direito e passa por uma cirurgia.
Ainda no Adão Pereira Nunes, estão internados um adolescente de 13 anos, baleado no olho direito, já operado, e uma de 14, atingida no abdômen e coluna. Ela foi operada no hospital estadual Albert Schweitzer e transferida.
No Albert Schweitzer, seguem internados um adolescente de 13 anos, com fratura de antebraço e quadro estável, e um de 14 anos, baleado no abdômen e mão e em estado grave.  Outros dois adolescentes de 13 anos, uma menina e um menino, baleados no addômen, estão estáveis.
No Instituto Estadual de Traumatologia e Ortopedia, há dois internados com quadro estável: um adolescente de 13 anos, baleado no braço, e uma também de 13, baleada nas mãos.
No hospital universitário Pedro Ernesto, também com quadro estável, está um garoto de 13 anos, baleado na perna e no braço, consciente. No hospital da Polícia Militar, um adolescente de 14 anos baleado na cabeça, mão e clavícula foi operado e passa bem.
IML e sepultamentos
Os corpos das vítimas do massacre estão sendo identificados e liberados pelo Instituto Médico Legal (IML), no centro do Rio. Três sepultamentos já estão confirmados para esta sexta-feira (8): dois às 11h, no cemitério Murundu, em Padre Miguel, e um às 16h, no de Ricardo de Albuquerque, ambos na zona oeste.
Segundo o diretor de Polícia Técnica Científica do Estado, Sérgio da Costa Henrique, o processo de identificação demorou três horas. Três famílias já autorizaram a doação de todos os órgãos das vítimas.
O diretor acrescentou que toda a equipe do IML foi reforçada para agilizar os trabalhos: foram 32 agentes legistas e de necropsia trabalhando. A maioria dos disparos feitos pelo atirador atingiu o tórax e a cabeça das vítimas, de acordo com Henrique. Ele afirmou também que foram efetuados tiros à queima-roupa.
O crime
O atirador disparou várias vezes contra os alunos de uma sala de aula de oitava série, com 40 alunos, no primeiro andar. Mais de 400 jovens estudam no local, em 14 turmas do 4º ao 9º ano. Segundo as últimas informações da Secretaria Estadual de Saúde, há 13 feridos, sendo dez meninas e três meninos --quatro estão em estado grave. Eles estão sendo atendidos em seis hospitais.
O atirador deixou uma carta, na qual orienta seu enterro e pede que doem sua casa para entidades que cuidam de animais.
Durante o tiroteio, houve muita gritaria e os professores trancaram as portas das salas para proteger os alunos.
O atirador estaria usando uma roupa que imitava fardamento militar e entrou na escola com duas pistolas e muita munição. Wellington entrou na escola dizendo que iria fazer uma palestra em comemoração aos 40 anos da unidade. Lá dentro, chegou a ser reconhecido por uma professora.
A irmã adotiva do atirador disse em entrevista à rádio Band News, que o atirador estava "muito ligado" ao Islamismo, não saía de casa e ficava o tempo inteiro no computador.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o episódio é uma “tragédia sem precedentes” e que este é um “dia de luto” para a educação brasileira. "Poderia ter sido maior".
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse que o massacre  poderia ter sido maior, se um terceiro sargento da Polícia Militar não tivesse interferido. Segundo o governador, o sargento Alves, que cumpria uma operação na região, foi avisado por dois estudantes feridos que fugiram da escola no momento do massacre.
“Ele estava participando de uma operação a dois quarterões da escola e foi avisado por dois meninos que fugiram”, disse. Cabral afirmou que o sargento atingiu o atirador na perna quando ele estava no terceiro andar, quando ele já havia atirando contra os alunos e se preparava para atacar mais crianças. “Sem dúvida nenhuma a atuação dele [o sargento] foi fundamental. Ele já estava preparado para mais disparos."

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