Uma das
mais antigas tradições do interior da Bahia na Semana Santa aconteceu na noite
de quinta-feira (21), em Serrinha, a Procissão do Fogaréu. Após assistirem ao
inicio da encenação da peça Paixão de Cristo, centenas de pessoas saíram da
Praça Luiz Nogueira, apesar da chuva fina e clima frio, portando tochas
simbolizando a caminhada de Jesus Cristo para ser crucificado e seguiram até o
monte da Santa, onde aconteceu a encenação de mais uma parte da peça.
Assim que
Serrinha passou a condição de Diocese, o bispo dom Ottorino Assolari, modificou
o roteiro urbano, saindo da Praça Luiz Nogueira e seguindo pela BA 411 de
acesso a Barrocas, até a colina de Samuel Nogueira onde está fixada a imagem de
Senhora Santana. Mais uma vez dom Ottorino cobrou dos fiéis mais religiosidades
ao participarem do ato.
Para o
bispo, o fogaréu simboliza o acompanhamento a Jesus Cristo ao Jardim das
Oliveiras, onde ele se entregou para ser sacrificado e “nasceu como uma
atividade religiosa e se uniu ao folclórico. Tenho dito ao povo que os dois
aspectos são importantes, mais que não esqueçam o aspecto religioso, pois
lembra a captura de Jesus, depois da instituição da eucaristia, ele foi para o
alto das oliveiras, onde rezava e, depois da traição de Judas, chegaram os
soldados para prender Jesus e depois levado para o julgamento”, falou Dom
Assolari.
A
procissão, que completou oitenta e um anos, foi introduzida pelo padre Carlos
Ribeiro, em 1930, depois de copiá-la de uma usança que havia no Bonfim de
Salvador. Durante muitos anos era uma procissão da qual só participavam homens,
predominantemente pessoas da zona rural do município. Na década de oitenta, o
pároco local permitiu também a presença de mulheres.
Fonte: C.N
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