A investigação sobre o
massacre em uma escola municipal do Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro,
aponta que Wellington Menezes de Oliveira, autor dos disparos que mataram 12
alunos, sofria de alguma patologia psicológica. "É uma pessoa que tem um
viés de doença mental, porque era muito introvertido e se manifestava com certa
incoerência", afirmou o delegado titular da Divisão de Homicídios da
Polícia Civil, Felipe Ettore, durante entrevista coletiva na tarde desta
sexta-feira (8).
Ataque a escola no Rio
A polícia ouviu uma irmã de
Oliveira e seus dois filhos, primos do assassino. Segundo o relato dos
familiares, ele sempre foi muito introvertido e ficou ainda mais recluso após a
morte dos pais adotivos, inclusive se afastando dos outros familiares. "Ele
sempre teve muita dificuldade de relacionamento com outras pessoas e é esse o
perfil que a gente tem traçado dele", afirmou Ettore.
Segundo o delegado, o autor
dos disparos não possuía amigos e nunca fez menção a nenhuma namorada. Além
disso, de acordo com os familiares, desde pequeno Oliveira usava calça comprida
e sempre andava com a camisa para dentro. Ele também não gostava de esporte
coletivo.
O atirador morava sozinho numa
casa em Sepetiba desde a morte de sua mãe adotiva, há cerca de dois anos. O pai
morreu há três anos. A polícia descarta motivações religiosas para o massacre
e, por enquanto, acredita que ele tenha agido sozinho. "Pelos relatos dos
familiares, a iniciativa do ataque partiu do autor", declarou o delegado.
Casa de atirador em Sepetiba tem
pichações e vidros quebrados
Ettore explicou que as duas
armas utilizadas (um revólver calibre 38 e outro revólver calibre 32) são de
fácil manuseio e não requerem treinamento específico. A arma mais utilizada por
Wellington foi a de calibre 38. Segundo relatos, após entrar numa das salas de
aulas e dizer que estava ali para dar uma palestra, o assassino começou a
disparar com as duas mãos.
A DRAE (Delegacia de Repressão
a Armas e Explosivos) tentará rastrear a origem do revólver calibre 38, que
está com a numeração raspada. O outro revólver havia sido roubado em 1994 num
sítio e seu dono está falecido há dezoito anos. A polícia ainda vai investigar
como Oliveira conseguiu as armas.
A Divisão de Homicídios
apresentou hoje o material apreendido na escola. A polícia afirma que o
assassino fez ao menos 60 disparos.
Além das duas armas utilizadas
no massacre, foram recolhidas 62 cápsulas deflagradas de munição calibre 38,
oito recarregadores com seis balas em cada um, dos quais cinco estavam vazios.
Foram encontradas outras 25 munições não utilizadas --17 de calibre 38 e oito
de calibre 32.
A polícia também encontrou um
canivete e o cinturão onde o assassino carregava a munição. Ettore afirmou que
o assassino carregou a arma calibre 38 pelo menos nove vezes.
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