O técnico Ricardo Gomes, de 46
anos, está sendo submetido a uma cirurgia para drenagem de um coágulo formado
no lado direito do cerébro após um acidente
vascular cerebral (AVC) com hemorragia na noite deste domingo,
durante a partida entre Vasco e Flamengo. A operação, que é realizada pelo
médico José Antônio Guasti, deve durar cerca de três horas e tem o objetivo de
controlar a hipertensão craniana para não danificar o tecido cerebral, o que
poderia causar sequelas motoras.
Segundo a assessoria do
hospital em que o treinador é operado, o caso é gravíssmo. Clóvis Munhoz,
médico do Vasco, admite que há risco de morte. Ele aposta na recuperação de
Ricardo, mas frisa que só terá um panorama completo sobre o caso aproximadamente
72 horas depois da cirurgia.
- Creio que ele vai suportar
bem. É uma pessoa forte. Só o fato de ter me reconhecido enquanto pôde e ter
tido condições de falar sobre o que estava sentido é muito positivo - afirmou o
médico.
Clóvis explicou que a
hemorragia provocou um grande coágulo na região temporal do cérebro. A cirurgia
está sendo feita para retirada deste sangue coagulado, reduzindo a pressão
cerebral. No momento em que aconteceu a hemorragia, a pressão arterial do
treinador era de 19 por 12. O normal é 12 por 8.
Clóvis Munhoz afirmou que o
que aconteceu com Gomes neste domingo não é uma conseqüência do primeiro AVC
sofrido pelo técnico em fevereiro de 2010, quando treinava o São Paulo.
- Ele estava confuso, nervoso,
agitado. Achou que poderia ser igual ao que houve no ano passado. Mas não tem
nada a ver – garantiu.
Já o vereador Marco Aurélio
Cunha, médico e dirigente do São Paulo na época do primeiro AVC de Ricardo
Gomes, diz que os casos podem ter relação.
- Naquele primeiro episódio, é
como dizer que ele teve um pequeno vazamento e agora um rompimento. Aqui no São
Paulo foi uma coisa bem mais simples. Saímos do jogo, existia o sintoma e fomos
para o hospital. Fez os exames, passou a noite internado, fiquei com ele o
tempo inteiro na companhia do Sanchez (José Sanchez, médico do São Paulo). O
Ricardo não chegou a perder a consciência. Um caso pode não ser decorrência do
outro, são episódios diferentes, mas não podemos deixar de juntar um ao outro.
Ele ficou bem daquele primeiro, mas sempre fica uma marquinha e passa a ter um
risco maior do que tinha antes. Aquele foi simples, esse é grave. Estou
bastante chateado pois ele é um cara fantástico, um cara único.
Depois de um atendimento
preliminar no centro médico do Engenhão, Ricardo Gomes foi para um hospital na
zona norte do Rio de Janeiro. Ficou sedado na UTI, respirando com a ajuda de
aparelhos.
O presidente do Vasco, Roberto
Dinamite, está no hospital acompanhado dos filhos, assim como Felipe, o diretor
executivo Rodrigo Caetano e familiares e amigos do treinador.
Fonte: g1.com
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