domingo, 14 de agosto de 2011

CORRUPÇÃO: Segundo Policia Federal o desvio no Ministério do Turismo chega a 2,9 milhões de reais

O diretor-executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira
O diretor-executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira, estima que 2,9 milhões de reais foram desviados pelo esquema de corrupção instalado no MInistério do Turismo. O valor corresponde a dois terços do valor total do contrato firmado entre o ministério e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), que era de 4,445 milhões de reais. O convênio, firmado por uma licitação fraudulenta, previa a capacitação profissional de 1.900 pessoas no Amapá.  

O ataque da máfia do rojão

Os recursos foram repassados ao ministério por uma emenda parlamentar da deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP), em 2009. “Há a estimativa de que um terço do montante teria sido aplicado e o restante - 2,9 milhões de reais - desviado pelo Ibrasi para empresas, algumas fictícias”, afirmou o diretor da PF em entrevista coletiva, em Brasília.
Apesar de Paulo de Tarso negar-se a responder a perguntas específicas sobre a investigação por causa do sigilo do processo, uma afirmação dele sinalizou que o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, e o ex-presidente da Embratur, Mário Moyses receberam parte do dinheiro desviado pelo Ibrasi.
Questionado sobre como "a propina voltava para as mãos de Frederico e Moyses", o diretor da PF respondeu: "A investigação está sendo delineada, mas o que sabemos é que o dinheiro chegou à mão deles através desse esquema". Ao site de VEJA, a assessoria de imprensa da Polícia Federal apenas informou haver provas contundentes de ligação entre os dois presos e a direção da Ibrasi.
Prisões - Segundo Paulo de Tarso, apenas 35 dos 38 mandados de prisão – 19 preventivas e 19 temporárias – foram cumpridos até o fim da tarde. Os presos preventivos foram levados para o Amapá. Os demais ficarão detidos nas cidades em que residem. O grupo é acusado dos crimes de fraude a licitação, estelionato qualificado, quadrilha, falsidade e peculato.
Entre os presos estão o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, o ex-presidente da Embratur, Mário Moyses, o secretário nacional de programas de desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins, e o diretor executivo do Ibrasi, Luiz Gustavo Machado.
Além das prisões, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão. Na casa do diretor do Ibrasi, onde fica a sede do instituto, foram apreendidos 610.000 reais em espécie, além de documentos que serão analisados. De acordo com as investigações, o dinheiro era repassado ao ministério pelo Ibrasi, que fraudou a licitação com o nome de empresas fictícias e outras ligadas ao esquema. O convênio terminaria em outubro deste ano, mas os cursos de capacitação profissional não saíram do papel.
O caso segue em segredo de justiça e, por isso, o nome dos demais presos não foram divulgados. Sabe-se apenas que há entre eles também empresários e pelo menos três servidores do Ministério do Turismo, além de Federico e Colbert. Segundo o diretor da PF, não há indícios que apontem envolvimento de parlamentares no esquema.

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