O diretor-executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira |
O diretor-executivo da Polícia Federal,
Paulo de Tarso Teixeira, estima que 2,9 milhões de reais foram desviados pelo esquema de corrupção instalado no MInistério do Turismo. O
valor corresponde a dois terços do valor total do contrato firmado entre o
ministério e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura
Sustentável (Ibrasi), que era de 4,445 milhões de reais. O convênio,
firmado por uma licitação fraudulenta, previa a capacitação profissional de
1.900 pessoas no Amapá.
O ataque da máfia do rojão
Os recursos foram repassados ao
ministério por uma emenda parlamentar da deputada federal Fátima Pelaes
(PMDB-AP), em 2009. “Há a estimativa de que um terço do montante teria sido
aplicado e o restante - 2,9 milhões de reais - desviado pelo Ibrasi para
empresas, algumas fictícias”, afirmou o diretor da PF em entrevista coletiva,
em Brasília.
Apesar de Paulo de Tarso negar-se a responder a perguntas específicas sobre a investigação por causa do sigilo do processo, uma afirmação dele sinalizou que o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, e o ex-presidente da Embratur, Mário Moyses receberam parte do dinheiro desviado pelo Ibrasi.
Apesar de Paulo de Tarso negar-se a responder a perguntas específicas sobre a investigação por causa do sigilo do processo, uma afirmação dele sinalizou que o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, e o ex-presidente da Embratur, Mário Moyses receberam parte do dinheiro desviado pelo Ibrasi.
Questionado sobre como "a propina
voltava para as mãos de Frederico e Moyses", o diretor da PF respondeu:
"A investigação está sendo delineada, mas o que sabemos é que o dinheiro
chegou à mão deles através desse esquema". Ao site de VEJA, a
assessoria de imprensa da Polícia Federal apenas informou haver provas
contundentes de ligação entre os dois presos e a direção da Ibrasi.
Prisões - Segundo Paulo de Tarso,
apenas 35 dos 38 mandados de prisão – 19 preventivas e 19 temporárias – foram
cumpridos até o fim da tarde. Os presos preventivos foram levados para o Amapá.
Os demais ficarão detidos nas cidades em que residem. O grupo é acusado dos
crimes de fraude a licitação, estelionato qualificado, quadrilha, falsidade e
peculato.
Entre os presos estão o
secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, o
ex-presidente da Embratur, Mário Moyses, o secretário nacional de programas de
desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins, e o diretor executivo do
Ibrasi, Luiz Gustavo Machado.
Além das prisões, foram cumpridos sete
mandados de busca e apreensão. Na casa do diretor do Ibrasi, onde fica a sede
do instituto, foram apreendidos 610.000 reais em espécie, além de documentos
que serão analisados. De acordo com as investigações, o dinheiro era repassado
ao ministério pelo Ibrasi, que fraudou a licitação com o nome de empresas
fictícias e outras ligadas ao esquema. O convênio terminaria em outubro deste
ano, mas os cursos de capacitação profissional não saíram do papel.
O caso segue em segredo de justiça e,
por isso, o nome dos demais presos não foram divulgados. Sabe-se apenas que há
entre eles também empresários e pelo menos três servidores do Ministério do
Turismo, além de Federico e Colbert. Segundo o diretor da PF, não há indícios
que apontem envolvimento de parlamentares no esquema.
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