Em um café com jornalistas realizado em Feira de Santana, nesta quarta-feira (7), a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, apresentou um panorama da saúde no estado e no município, que é o segundo maior da Bahia. Durante a exposição, a secretária destacou os investimentos do Governo do Estado na cidade, detalhou os problemas da saúde municipal e explicou como as ações estaduais têm buscado garantir assistência digna à população.
O
governador Jerônimo Rodrigues autorizou recentemente a reforma e ampliação do
Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), com um investimento de R$ 48,5
milhões, e a construção do Serviço de Verificação de Óbitos, cujas obras estão
38% concluídas, ao custo de R$ 3,52 milhões.
“Além disso, de 2023 para cá, 162 novos leitos foram abertos no Clériston Andrade e no Hospital Dom Pedro. Não temos medido esforços para que a população de Feira de Santana e de toda a região metropolitana não fique desamparada por conta dos problemas da rede municipal”, destacou Roberta Santana.
Dos R$ 197 milhões repassados pelo Ministério da Saúde para Feira de Santana, a Prefeitura fica com 58,37%, enquanto o Governo do Estado fica com 41,62%. Mesmo com menor participação, o Estado está comprometido em utilizar esses recursos de forma eficiente para melhorar a saúde da população.
O HGCA, o maior hospital do interior do estado, tem se destacado com inovações, como a primeira cirurgia de remoção de tumor cerebral com paciente acordado na Bahia e a primeira angiografia intraoperatória do estado.
Para complementar a rede pública, o Governo do Estado firmou contratos com diversas unidades privadas e filantrópicas, totalizando investimentos anuais de R$ 577 milhões. Esses contratos abrangem desde cirurgias cardíacas até transplantes de órgãos, garantindo acesso a tratamentos de alta complexidade.
Coberturas aquém do ideal
Com 616.272 habitantes, Feira conta com 133 equipes de Saúde da Família, cobrindo apenas 73% dos moradores. Na saúde bucal, a situação é ainda mais crítica, com apenas 46 equipes atendendo 25% da população. “Para atingir 100% de cobertura, são necessárias 133 novas equipes de saúde bucal, 46 novas equipes de Saúde da Família e a contratação de pelo menos 311 agentes comunitários de saúde, além da construção de 12 novas Unidades Básicas de Saúde”, alerta a secretária estadual.
A
cobertura vacinal também está aquém do ideal. Vacinas essenciais, como a BCG,
têm cobertura de apenas 50,13%. O Governo do Estado lançou programas como o
Vacina Bahia e o Vacina na Escola para impulsionar a imunização, mas é
necessário que o município adote estratégias mais eficazes, como a imunização
itinerante e a ampliação dos horários nos postos de saúde.
O superintendente estadual da assistência integral à Saúde, Karlos Figueredo, ressalta que as unidades de saúde municipais estão inadequadamente equipadas e são insuficientes. “A Maternidade Inácia Pinto, com 31 anos de existência, transfere todos os casos complexos para o Hospital Estadual da Criança, sobrecarregando a rede estadual. Mais de 60% dos casos pediátricos e 85% dos adultos que poderiam ser resolvidos nos postos de saúde acabam sobrecarregando a rede estadual”, avalia.
Consequências graves
Essas deficiências resultam em consequências sérias. Cerca de 21% das internações hospitalares na macrorregião são por condições sensíveis à atenção primária, como doenças preveníveis por imunização, pneumonias e hipertensão.
Em contraste com a gestão municipal, o Governo do Estado tem investido fortemente em saúde. Em 2023, foram aplicados R$ 10,04 bilhões em toda a Bahia, e até agosto de 2024, mais R$ 6,55 bilhões. Esses recursos permitiram a criação de 2.952 novos leitos, dos quais 1.072 são estaduais e 1.880 contratados.
Fotos: Leonardo Rattes/Saúde GovBA
Nenhum comentário:
Postar um comentário