quarta-feira, 17 de junho de 2015

Deputada Tia Eron alerta sobre violência nas comunidades de Quilombolas

Ontem (17), a deputada federal Tia Eron (PRB-BA) discursou no Plenário da Câmara e registrou seu agradecimento pela reportagem/denúncia exibida, na última segunda (15), no programa Repórter Record Investigação, da Rede Record de Televisão. A parlamentar destacou a coragem da equipe jornalística em abordar um tema que por muitos é encarado como mito na sociedade: a exploração de crianças e adolescentes que ainda ocorre no Brasil. A matéria assinada pelos jornalistas Lúcio Sturm, Gustavo Costa e Marcelo Magalhães mostrou que na cidade de Cavalcante, em Goiás, meninas quilombolas são submetidas ao trabalho doméstico forçado. Além disso, na cidade as meninas pobres negras são estupradas e exploradas sexualmente.

 A denúncia traz novamente ao centro das discussões uma realidade que suja a história do Brasil e mostra também que a discriminação racial, principalmente, contra pobres negros acontece e os culpados geralmente não são punidos. A parlamentar luta na Câmara por penas mais duras para quem comete esse tipo de crime e lembra que não entende a mente de pessoas capazes de cometer atrocidades como essas em pleno século XXI e ainda submetem famílias ao vexame e a dependência total.  “A comunidade Kalunga, uma das maiores do Brasil, está sendo humilhada porque meninas entre 9 e 14 anos são exploradas de todos as formas por famílias que deveriam protege-las e a polícia, desde o início do ano, apenas concluiu dez inquéritos”, disse  Eron.
 Como o Quilombo Kalunga tem aproximadamente 8 mil habitantes e ocupa uma área de 260 mil hectares, localizada a 320 Km de Brasília, a deputada disse está atenta porque a Bahia com 417 municípios é bem maior do que o estado de Goiás e chama atenção das autoridades para fiscalizar as fazendas, indústrias e outras empresas e fontes geradoras de economia. “Quando falamos de igualdade racial e a luta em favor do negro ainda somos rechaçados dizendo que nada disso é necessário por vivermos em uma sociedade livre. Mas essa é uma grande mentira que contada várias vezes acaba por parecer verdade”, completa a deputada.
 Para ter acesso a informações privilegiadas, a equipe de reportagem ficou no local por cerca de dois meses fazendo levantamento sobre os casos de violência contra crianças e adolescentes, descendentes de quilombolas que se submetem ao trabalho escravo em troca de alimentação e de estudo. “Mesmo com a Abolição da Escravatura em 1888, tudo isso ainda acontece aqui próximo do centro do poder da nossa nação e precisamos fazer mais para avançar no combate a esse mal”, reflete a deputada Tia Eron.
 A reportagem especial da Record informou também que no início do ano, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) se reuniu com o governo de Goiás e outros órgãos selando um compromisso para acompanhar as investigações.

  ASCOM – Dep.Fed. Tia Eron (PRB-BA)Noel Tavares

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