Ontem (17), a deputada federal Tia Eron (PRB-BA)
discursou no Plenário da Câmara e registrou seu agradecimento pela
reportagem/denúncia exibida, na última segunda (15), no programa Repórter
Record Investigação, da Rede Record de Televisão. A parlamentar destacou a
coragem da equipe jornalística em abordar um tema que por muitos é encarado
como mito na sociedade: a exploração de crianças e adolescentes que ainda
ocorre no Brasil. A matéria assinada pelos jornalistas Lúcio Sturm, Gustavo
Costa e Marcelo Magalhães mostrou que na cidade de Cavalcante, em Goiás,
meninas quilombolas são submetidas ao trabalho doméstico forçado. Além disso,
na cidade as meninas pobres negras são estupradas e exploradas sexualmente.
A denúncia traz novamente ao centro das
discussões uma realidade que suja a história do Brasil e mostra também que a
discriminação racial, principalmente, contra pobres negros acontece e os
culpados geralmente não são punidos. A parlamentar luta na Câmara por penas
mais duras para quem comete esse tipo de crime e lembra que não entende a mente
de pessoas capazes de cometer atrocidades como essas em pleno século XXI e
ainda submetem famílias ao vexame e a dependência total. “A comunidade
Kalunga, uma das maiores do Brasil, está sendo humilhada porque meninas entre 9
e 14 anos são exploradas de todos as formas por famílias que deveriam
protege-las e a polícia, desde o início do ano, apenas concluiu dez
inquéritos”, disse Eron.
Como o Quilombo Kalunga tem aproximadamente 8
mil habitantes e ocupa uma área de 260 mil hectares, localizada a 320 Km de
Brasília, a deputada disse está atenta porque a Bahia com 417 municípios é bem
maior do que o estado de Goiás e chama atenção das autoridades para fiscalizar
as fazendas, indústrias e outras empresas e fontes geradoras de economia.
“Quando falamos de igualdade racial e a luta em favor do negro ainda somos
rechaçados dizendo que nada disso é necessário por vivermos em uma sociedade
livre. Mas essa é uma grande mentira que contada várias vezes acaba por parecer
verdade”, completa a deputada.
Para ter acesso a informações privilegiadas, a
equipe de reportagem ficou no local por cerca de dois meses fazendo
levantamento sobre os casos de violência contra crianças e adolescentes,
descendentes de quilombolas que se submetem ao trabalho escravo em troca de alimentação
e de estudo. “Mesmo com a Abolição da Escravatura em 1888, tudo isso ainda
acontece aqui próximo do centro do poder da nossa nação e precisamos fazer mais
para avançar no combate a esse mal”, reflete a deputada Tia Eron.
A reportagem especial da Record informou
também que no início do ano, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial (SEPPIR) se reuniu com o governo de Goiás e outros órgãos selando um
compromisso para acompanhar as investigações.
ASCOM – Dep.Fed. Tia Eron (PRB-BA)Noel
Tavares
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