Itamar Franco, presidente da República
de 1993 a 1994, morreu aos 81 anos neste sábado no Hospital Israelita Albert
Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 21 de maio, quando
foi diagnosticado com leucemia.
Segundo o hospital, Itamar morreu às
10h15 após acidente vascular cerebral. O corpo será transferido para Juiz de
Fora (MG), para ser velado e depois para Belo Horizonte, cidade na qual, por
desejo do presidente, o corpo será cremado, após receber homenagens no Palácio
da Liberdade.
Eleito senador pelo PPS de Minas Gerais
no ano passado, Itamar estava licenciado do cargo desde que foi internado, em
maio deste ano.
No dia 27 de junho, porém, boletim
médico mostrou que o senador havia contraído uma pneumonia grave e foi
transferido para a UTI (Unidade de Tratamento Intensiva) do hospital. A
leucemia havia sido detectada após o presidente realizar exames devido a uma forte
gripe.
Itamar, que completou 81 anos no último
dia 28 de junho, assumiu a Presidência após a renúncia de Fernando Collor de
Mello. Ele também governou o Estado de Minas Gerais entre 1999 e 2003 e foi
eleito senador no ano passado, com 5.125.455 votos.
PERFIL
O engenheiro Itamar Augusto Cautiero
Franco nasceu em 28 de junho de 1930 a bordo de um navio. Ele foi registrado em
Salvador (BA). Sua carreira política teve início no MDB (Movimento Democrático
Brasileiro), legenda pela qual foi eleito prefeito de Juiz de Fora em duas
gestões, entre 1967 e 1971 e entre 1973 e 1974.
Também representando o MDB, Itamar
chegou a Brasília para seu primeiro mandato como senador em 1974. Ele se
reelegeu em 1982, já como militante do PMDB.
Quatro anos depois, Itamar migrou para o
PL, após divergências com o diretório mineiro do PMDB. Ele chegou a concorrer
ao governo de Minas, mas perdeu a disputa para a antiga legenda.
Em 1989, durante as primeiras eleições
diretas para presidente depois da ditadura militar, Itamar foi eleito
vice-presidente do Brasil pelo PRN, na chapa de Fernando Collor de Melo. Collor
recebeu 20 milhões de votos no primeiro turno e 35 milhões no segundo turno,
contra o petista Luiz Inácio Lula da Silva.
PRESIDÊNCIA
Itamar Franco assumiu a Presidência da
República em 2 de outubro de 1992, depois da renúncia de Collor e do processo
que levou ao seu impeachment. O mineiro nascido na Bahia permaneceu no cargo de
comandante em chefe da nação durante dois anos, três meses e 29 dias.
Seu governo foi marcado por uma coalizão
de partidos com o objetivo de garantir a governabilidade e a estabilidade
democrática após o processo de impeachment que mobilizou a sociedade e os
crescentes problemas econômicos, como a escalada da inflação.
Entre os feitos de Itamar como
presidente está a aprovação do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação
Financeira) que, em 1996, passou a se chamar CPMF (Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira).
Em 1993, o governo realizou um plebiscito
previsto na Constituição de 1988 para escolher a forma e o sistema de governo
brasileiros. O resultado confirmou o regime republicano e o sistema
presidencialista.
Ainda durante a gestão de Itamar, em
1993, Fernando Henrique Cardoso foi nomeado ministro da Fazenda, e incumbido
com a tarefa de combater a inflação. No mesmo ano, o Brasil adotou o Cruzeiro
Real, e foi lançado o Plano de Estabilização Econômica, que preparava o país
para a introdução de uma nova moeda.
Em julho de 1994, o real começou a
circular.
A estabilidade econômica do Plano Real
garantiu a FHC a vitória na disputa presidencial daquele ano.
VIDA PÚBLICA
Desde que passou a faixa de presidente a
FHC, em 1º de janeiro de 1995, Itamar seguiu na vida pública. Ele se tornou
embaixador do Brasil em Portugal entre 1995 e 1996 e, depois, representou o
país na OEA (Organização dos Estados Americanos) de 1996 a 1998.
Neste ano, depois de não ter conseguido
a indicação do PMDB para disputar a Presidência, Itamar venceu as eleições para
o governo de Minas Gerais.
Ele tentou concorrer nas eleições
presidenciais de 2002 e 2006, mas perdeu a indicação do partido novamente para
outros candidatos. Em 2009, Itamar anuncia sua filiação ao PPS e, no ano
seguinte, disputa as eleições para o Senado.
O presidente foi eleito senador por
Minas com 5.125.455 votos. Seu primeiro suplente é José Perrela de Oliveira
Costa.
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